Capítulo LXX: Demorei uma hora a conhecer-te e só um dia a apaixonar-me.
Mas me levará toda uma vida para conseguir esquecer-te.
Margarida’s pov:
- Então,
Magui, diz-me alguma coisa? Sei que a probabilidade de dizeres que não é
enorme, mas prefiro arriscar e saber do que ficar para sempre a pensar se tinha
valido a pena. – Disse Harry me olhando nos olhos. Eu apenas desviei o olhar do dele e comecei a caminhar pelo estúdio
devagar, arranjando coragem para continuar e lhe responder.
- Bem…
confesso que não estava à espera que tu fosses mesmo capaz de fazer uma coisa
destas. Tipo, eu sempre desconfiei de alguma coisa, mas acho que não queria
acreditar que isso fosse mesmo verdade. Não sei porquê. Talvez tinha medo.
Tinha medo de me apaixonar. Porque, temos de confessar que a nossa relação no
início, quando nos conhecemos não era das melhores. Não foi amor à primeira
vista, nem à segunda. Não foi como naqueles filmes, não houve troca de olhares.
Não deixei os meus livros caírem e tu me ajudaste a recolhê-los. Eu nem sequer
ia com a tua cara. Mas tu tens o dom de estragar as coisas e eu, sempre tive
uma queda por estragos. – Respondi-lhe quando arranjei coragem e parando à
frente dele.
- Espera,
não estou a perceber. Isso é um sim ou um não? – Perguntou-me confuso com as
minhas palavras. Sei que bastava
responder sim ou não, mas eu sempre gostei de complicar as coisas.
- Bom… é
um sim… - disse-lhe, este me agarrou de repente me abraçando todo feliz. – Mas…
- Disse me libertando.
- Mas… o
quê?
- Mas é
bom que te portes bem comigo. Vê Harry não quero sofrer por tua causa. Sei a
fama que tens e não quero ser só mais uma a cair nos teus esquemas. –
disse-lhe.
- Magui,
não quero que penses mal de mim. Eu por ti sou capaz de fazer tudo, podes
acreditar em mim. E eu prometo por tudo o que quiseres que irei fazer de tudo
para que tu não sofras por minha causa.
- Está
bem, vou confiar em ti, mas estás avisado. – disse lhe apontando o dedo e este
assentiu com a cabeça.
- Será que
posso? – perguntou.
- Podes o
quê? – fingi não perceber.
- Eu
queria fazer uma coisa, mas não sei se me deixas…
- Querias?
Já não queres é? – perguntei-lhe sorrindo percebendo as intenções dele e
fazendo-o rir-se. Este aproximou-se
lentamente, me puxando contra ele e selando os nossos lábios com um beijo tão
carinhoso e romântico.
Que posso dizer? Apaixonei-me nesse momento. E se
gostava dele antes, ainda comecei a gostar mais depois de tudo o que ele fez só
para me agradar.
Sandra’s pov:
Estávamos todas e todos em minha casa impacientes à espera de notícias do
admirador. Sim, os rapazes também estavam lá todos connosco, menos Liam que não
sabíamos onde se tinha metido, mas também, se calhar até era melhor ele não
estar… por causa da Cláudia. Só lhe ia fazer mal e ela de certeza não iria
querer estar ali connosco com ele ali. E o Harry também não estava e ninguém
nos quis dizer o que este estava fazendo, também não eram obrigados a dizer… a
vida é dele. Os rapazes estavam um pouco estranhos, parece que sabiam de algo,
pois estavam aos segredinhos entre si.
Zayn’s pov:
Estávamos na casa das meninas. Cada um estava com a sua miúda. Tipo o
Josh com a Jéssica; o Niall com a Sandra; Louis com Marlene e eu estava lá um
pouco mais afastado observando Tânia que conversava com Cláudia. Esta de vez em
quando também olhava para mim. Nesta troca de olhares dou por mim a caminhar
para junto dela e vejo esta a se levantar e a vir na minha direção.
- Temos de conversar. – Dissemos os dois em uníssono.
- Anda. – Disse Tânia me agarrando pelo braço e me
puxando até à cozinha.
- Tânia, isto não pode continuar assim… - comecei.
- Eu sei que não Zayn, mas já não sei que faça. Custa-me
tanto estar longe de ti… querer estar contigo e não puder, é horrível. – Disse-me
triste.
- Mas isto não tem de ser assim… se tu queres e eu quero…
- disse-lhe e esta interrompeu-me.
- Zayn, tenho medo que te façam alguma coisa. Tenho muito
medo de te perder. Não sei que faria se isso acontecesse. – Disse-me.
- Tu nunca me vais perder. Nós iremos ficar sempre
juntos. Se não for nesta vida será na outra.
- Ai, por favor nem me digas isso. Eu amo-te tanto. Não
quero que nada te aconteça. – Disse-me me abraçando.
- Também te amo e muito e vou fazer de tudo para ficar
contigo. – Disse-lhe a apertando contra mim.
- Tânia! A Magui já chegou… - disse Sandra entrando
cozinha a dentro. – Oh, desculpem, não queria interromper.
- Não faz mal, Sandra. Já chegou? Então vamos lá ver quem
era esse admirador. – Disse-lhe Tânia.
- Oh vocês já sabem quem ele é. – Disse-lhes.
- An? Sabes de alguma coisa Zayn? – Disse-me Tânia se
voltando para mim.
- Sei… de tudo. Eu e os rapazes, mas vocês também já vão
ficar a saber. – disse sorrindo.
- Que safados e nem diziam nada. Tch. Por isso é que
estavam aos segredinhos. – Concluiu Sandra e eu só me ri.
Marlene’s pov:
Estávamos na sala quando vemos Magui entrar com uma cara não muito
amigável.
- Ui, foi assim tão mau? – Perguntei-lhe mal ela entrou.
- Mau? Péssimo, horrível. Nunca pensei ter uma desilusão
tão grande. – Respondeu-me Magui irritada. Ish.
Ela estava tão entusiasmada por saber quem ele era. Mas quem será?
- Mas… quem
era o teu admirador Magui? – Perguntou Tânia chegando à sala com Sandra e Zayn.
- Quem era? Eu já vos mostro. – Disse e foi até à porta.
– Entra, já não precisas te esconder mais. – Disse com desprezo. Estava tão curiosa nesse momento. Já não
podia aguentar mais. Quem seria para que Magui tivesse ficado assim? Quando
vejo Harry entrar pela porta dando um sorriso meio afectado. Fogo, era ele.
Afinal era mesmo ele. Ficamos todas boquiabertas. Mas como Magui não tinha
gostado? Ela gostava dele ou… será que nos tínhamos enganado e afinal era mesmo
verdade o que ela dizia sobre ele? Que não gostava. Não… não podia ser. Algo de
estranho se passava.
Perrie’s
pov:
Combinei encontrar-me com Pedro, pois haviam muitas coisas que precisavam
ser acertadas. As coisas não estavam a correr como eu queria e o Zayn parecia
tão distante de mim. Sentia que estava a perdê-lo e isso não poderia acontecer
nunca. Estava a espera dele num beco onde ninguém nos pudesse ver a falar
quando o vejo a cruzar a esquina vindo na minha direcção.
- Olá, boazona. – disse Pedro se aproximando para me dar
um beijo e me puxando pela cintura. Estúpido
e convencido como sempre. Como é que alguém consegue ter o ego tão alto?
- Oh larga-me. Não te dei confiança para me tocares. Tás
parvo ou quê? – disse-lhe o afastando.
- Sempre tão simpática. – disse-me sarcástico.
- Deixemo-nos de tretas e vamos ao que interessa. –
disse-lhe.
- Ok. Que querias falar comigo? - perguntou-me.
- Pedro, nós tínhamos um acordo ou já te esqueceste? –
perguntei-lhe friamente.
- Não, não me esqueci. Como queres que me esqueça se
estás sempre a me lembrar?
- Então se não te esqueceste porque é que ainda não
fizeste a tua parte? Eu quero a Tânia fora do meu caminho e bem longe do Zayn.
Pensei que tu eras capaz de fazer esse trabalho, mas pelos vistos enganei-me.
Afinal não eras tu que dizias que conseguias qualquer rapariga, estás a perder
qualidades…
- Olha Perrie, eu esforço-me ok? Eu faço tudo o que me
pedes, seja bom ou mau… não tenho culpa que ela não queira mesmo nada comigo.
- Se ela não quer tu fazias de tudo para que ela
quisesse. De tudo mesmo. Agora não me venhas com essa. – disse-lhe já um pouco
chateada. – E fazes tudo o que eu te peço? Ahah não me faças rir. Se fizesses
tudo, eu neste momento estava muito feliz com o Zayn e não estou…
- E estás a pôr as culpas em cima de mim é? Eu é que
tenho culpa pelo parvalhão do Zayn…
- Hey, não chames ele assim…
- Pronto, o teu queridinho ter-se apaixonado por ela e
não te ligar nenhuma? – disse me irritando e nesse momento levantei a mão para
lhe dar um estalo, mas não consegui, pois este agarrou-me o braço. – Vais-me
bater é? – perguntou sem me soltar o braço e eu nem consegui dizer nada. – Vais
bater em mim que sempre estive do teu lado. Que sempre te apoiei em tudo. Vê,
Perrie, as tuas amiguinhas abandonaram-te… deixaram-te sozinha… nenhuma delas
se importou contigo… a Taylor está feliz com o Filipe, a Danielle está grávida
do Tom e vão casar e tu? Estás aí presa a alguém que não te ama quando há quem
faça tudo para que fiques bem, mas tu nem ligas. Tu não te importas. Estás
cega, obcecada por uma pessoa que não te quer. Assim nunca vais conseguir ser
feliz. Eu sempre fiz tudo o que tu me pedias sem me queixar e tu nunca deste
valor a isso…
- Ah Pedro, tu só fazias isso porque eu pagava-te e bem.
– interrompi-o.
- Vê, eu nunca gastei um cêntimo do dinheiro que me
davas. Eu tenho ele todo e vou te devolver.
- Não quero. Não preciso dele.
- Mas vou te devolver para que vejas que eu não quero o
teu dinheiro para nada… eu fazia o que fazia por ti, só por ti. Podias me pedir
tudo, que eu sacrificava-me para fazer. Mas tu nunca deste valor. Nunca te
importas-te. Querias era o Zayn à força toda e ainda queres. Eu digo-te uma
coisa… quem é que quer uma namorada assim? Ninguém. Pelo menos eu não queria.
- Não precisas querer, porque eu nunca ia querer ser tua
namorada. – disse-lhe furiosa e ficamos um pouco em silêncio.
- Então… diz-me porquê? Diz-me porque não querias um
namorado assim como eu?
- Porque… porque… ame deixa-me. Já estou farta desta
conversa. – disse-lhe e virei costas me afastando.
- Porque não me dizes porquê? É por eu ser obcecado por
ti? Ah espera aí. Não sou eu que estou obcecado por alguém que não me liga
nenhuma.
- EU NÃO TOU OBCECADA POR NINGUÉM, OUVISTE? E ele gosta
de mim, eu sei que gosta. – disse me virando na sua direcção e levantando a voz
completamente furiosa.
- Perrie, não te iludas mais. Abre os olhos. Acaba com
isso de uma vez por todas. Não vês que só te estás a humilhar? Ele gosta dela
não de ti.
- Cala-te. Tu não percebes nada. Tu não percebes a dor de
gostar de alguém que te amava antes e que agora te trata como se não fosses
nada. Como se não existisses. Como se nunca te tivesse conhecido. Que te troca
por outra. Que dizia que tu eras tudo na vida dele e que nunca te ia deixar e
de um momento para o outro parte para outra e te abandona como se tu fosses só
mais um brinquedo velho. – disse-lhe e as lágrimas começaram a descer pela
minha face, este caminhou na minha direcção e abracou-me. – Mas deixa. Tu não
percebes e nunca vais perceber. – disse-lhe e caminhei o mais rápido que pude
dali lavada em lágrimas.
Pedro’s pov:
- Posso não saber o que isso é assim, como me contas, mas
tenho certeza que te percebo porque eu era capaz de fazer tudo por ti, mas tudo
mesmo. Era capaz de dar a vida por ti. Mesmo que não acredites em mim. – disse
para mim mesmo olhando para ela que já ia longe e uma lágrima de tristeza rolou
pela minha face nesse momento.
Margarida’s pov:
Eu não acredito que eles estavam mesmo a acreditar em mim? Parece que era
uma boa atora ahahah.
- Mas… o que se passou? Porque ficaste assim? –
perguntou-me Sandra espantada com a minha reação.
- Porquê? Ainda perguntas porquê? Como se eu alguma vez
iria gostar de saber que o meu admirador era o Harry Styles. Nunca na vida. Eu
nunca iria querer ter um namorado como ele. – respondi-lhe fingindo-me furiosa
e fazendo esta calar-se.
- E quem é que iria querer ter uma namorada como tu? –
perguntou-me Harry continuando com o nosso plano. Ao olhar-mos um para o outro dava uma vontade enorme de nos rir-mos,
mas iríamos continuar com aquilo até ao fim.
- Olha, eu é
que não iria querer ser tua namorada, disso podes ter certeza. – respondi-lhe
fingindo-me zangada.
- Meninos, tenham calma. Não precisam ficar assim também.
– disse Louis tentando suavizar a situação, enquanto que os outros ficaram sem
saber que dizer.
- Não é preciso ficarmos assim? – perguntei-lhe
friamente. – Claro que é. Fogo. Então o Harry faz-me estas cenas todas e
depois… não me oferece uma caixa de chocolates? – conclui partindo-me a rir.
- O quê? – disseram todos confusos.
- Ah fogo, não acredito. – disse Marlene.
- Pois, nem eu. Harry sabes que a Magui gosta muito de
chocolates, devias ter dado que assim depois ela partilhava comigo, não é
Magui? – perguntou-me Niall e eu só me ri.
- Não é nisso que não acredito. Vocês são uns pestes. Só
estavam a querer gozar com a nossa cara e isso não se faz. Já estava a ficar
assustada. – disse-me Marlene.
- Ai faz, faz. E esses daí sabiam de tudo e não me
contaram nada. – disse para os rapazes.
- O quê? - disse Marlene. – Louis!?
- Desculpa amor, mas eu não podia mesmo contar. Tinha de
ser um segredo. – disse Louis lhe tentando dar um abraço.
- Mas eu sou tua namorada, devias me contar. Larga-me.
Vai abraçar o segredo que não me contaste. – disse-lhe Marlene um pouco
chateada.
- Oh, moreeeeee… - disse-lhe Louis fazendo beicinho
triste.
- Ai Marlene. Perdoa o rapaz. Anda lá. – disse-lhe e esta
estava a tentar não sorrir.
- Pronto, mas só porque te amo muito. – disse-lhe Marlene
e Louis deu-lhe um beijo na boca. As
atenções estavam centradas neles quando Harry me agarra e faz o mesmo à frente
de todos.
- UUUUUUUUHHHHHHH. Que é isso pah? – disseram todos em
uníssono.
- Que foi? Estou a beijar a minha namorada, não posso é?
– perguntou Harry quando terminamos o beijo, sem me soltar e me piscando o olho,
eu apenas sorri.
- Namorada? Ai que isto está cada vez melhor. – disse
Cláudia sorrindo.
- Ah pois está, nem tu imaginas o quanto. – disse Niall e
nós todos nos viramos para ver o que este estava a fazer. Qual não foi o nosso espanto ao vê-lo a devorar uma enorme fatia do
bolo que tínhamos comprado para comemorar.
- Niall!? – repreendeu-o Sandra.
- Que foi? – perguntou com a boca toda suja.
- Sempre o mesmo. – concluiu Sandra e nós todos começamos
a rir. Logo, logo fomos comer o que
sobrou daquele bolo maravilhoso. Estava mesmo bom.
Liam’s pov:
Fui até ao apartamento
ver se os rapazes estavam por lá, precisava de contar-lhes tudo o que sabia.
Mas quando cheguei não estava ninguém, estava tudo em silêncio, por isso pensei
ligar para o telemóvel de um deles. Liguei para Zayn que logo me disse que
estavam todos na casa de Tânia. Não falamos muito e rapidamente me dirigi para
lá no meu carro.
Cláudia’s pov:
Estávamos festejando o
sucedido quando oiço alguém bater à porta. Os outros estavam tão entretidos que
nem ouviram nada, então eu fui lá abrir. Fiquei sem saber que dizer. Não
deveria ter aberto, pois era Liam. Ainda não tinha falado com ele, desde que
soubera daquilo.
- Que fazes aqui? – perguntei-lhe
friamente.
- Cláudia… não me trates assim, por
favor. – respondeu-me tristemente.
- Como queres que te trate, Liam?
Depois de tudo o que me fizeste. Magoaste me muito, mas muito mesmo. –
disse-lhe furiosa e levantando a voz, tomando a atenção de todos os que estavam
em casa.
- Eu sei, Cláudia. Desculpa-me. Mas
eu não tive culpa.
- Então quem é que teve? Fui eu se
calhar. Agora só me faltava dizeres isso também. – respondi-lhe.
- Não Cláudia. Não estou a dizer que
a culpa é tua. Mas…
- Olha é o que pareceu. E mas… nada
já ouvi tudo o que tinhas para dizer…. Xau. – disse-lhe e preparei-me para ir
embora dali.
- Não, espera. Tu não ouviste tudo.
Eu preciso contar uma coisa a todos e tu tens mesmo de ouvir.
- Não quero saber, Liam. Não quero
ouvir mais nada que venha de ti. – disse tentando me ir embora.
- Cláudia, fica por favor. Se alguma
vez gostaste de mim ouve o que te tenho a dizer. – disse me agarrando pelo
braço, mas sem nos encarar-mos um ao outro. Eu
apenas respirei fundo e após um tempo voltei para dentro.
Sandra’s pov:
Ao ver que o ambiente
estava a ficar pesado decidi intervir.
- Liam, entra. – disse o
cumprimentando.
- Obrigada, Sandra.
- Que querias falar, mano? –
perguntou-lhe Josh e Liam fez cara de caso.
- Que se passa? Estás me deixando
preocupada. – perguntou-lhe Margarida.
- Vocês nem vão acreditar no que vos
tenho para contar… - começou Liam.
- Então, conta. Desembucha de uma
vez. – disse-lhe Tânia que estava tão curiosa quanto nós.
- Sentem-se que é melhor. –
disse-nos e nos sentamos todos no sofá o observando. – Isto vai ser difícil de
acreditar, mas vão ver como tudo se encaixa. Bom… hoje a Eleanor esteve lá em
casa… ela queria falar com o Louis, só que como ele não estava disse-me a mim…
- começou e Marlene interrompeu-o.
- E o que é que essa queria do meu
Louis? – perguntou Marlene ciumenta.
- Marlene, acalma-te. Ela só queria
conversar com ele… não precisas ficar ciumenta, porque o assunto não tinha nada
a ver com a antiga relação deles. – respondeu-lhe Liam.
- Então era o quê? – perguntou-lhe
Marlene rapidamente.
- Deixa-me continuar… não me
interrompas senão não consigo.
- Desculpa… continua. – disse
Marlene baixando a guarda.
- Quando ela me começou a contar, eu
nem sabia se acreditar ou não. Era estranho tudo o que ela me estava contando.
Parecia um filme. Mas tudo se encaixava. A Danielle, a Perrie e a Taylor
estiveram este tempo todo nos controlando…
- An? Como assim? – perguntou-lhe
Harry confuso.
- Vocês lembram-se que de um momento
para o outro nós, eu, tu e o Zayn nos esquecemos das meninas de quem gostávamos?
– perguntou-nos Liam.
- Sim, mas o Zayn foi por causa do
acidente… - interveio Jéssica.
- Isso não foi bem assim. Esse
acidente já estava programado. Isso aconteceu, porque elas as três
encontraram-se com uma rapariga que possuía aqueles poderes, uma espécie de
bruxa, e esta ajudou-as a cumprir com tudo o que queriam. E estas fizeram tudo
isto sem olhar a meios, só para que ficássemos presos a elas e nos afastássemos
das meninas. E tu Marlene… perdeste a visão por causa disso também. Os médicos
diziam que não viam qual era o problema para não conseguires ver, porque os
exames indicavam que tudo estava bem. Claro que não conseguiam identificar o
problema, uma vez que ele era algo sobrenatural. Algo que não poderia ser
identificado através de exames. E fizeram isto tudo por vingança. Já falei com
Danielle. Discuti com ela… disse-lhe tudo o que sabia. Ela tentou negar, mas
acabou por confirmar que era verdade. E sabem que mais? – explicou Liam,
enquanto nós permanecíamos boquiabertos.
- Ainda há mais? – perguntou-lhe
Tânia e ele assentiu com a cabeça.
- Sim. O filho de Danielle não é
meu. Aliás, era impossível ser meu, porque o bebé tem um mês e a última vez que
estive com ela foi há mais tempo que isso, por isso é mesmo impossível. Ela
mesma me confirmou isso. Ela fez-me sofrer, mas eu perdoei-a… sei que ela não
está conscientemente bem… - continuou nos deixando ainda mais espantados.
- O quê? Depois de tudo o que ela
fez tu perdoaste-a? – perguntou-lhe Magui.
- Perdoei… perdoei porque não
consigo guardar rancor a ninguém… nunca me vou esquecer do que ela fez e nunca
mais as coisas vão voltar a ser iguais, porque perdi toda a confiança nela e
desiludi-me bastante, mas eu não guardo rancor a ninguém. Nem mesmo depois de
tudo o que ela fez. – concluiu Liam.
- Tu és muito bonzinho, Liam. Não
podes ser assim, senão as pessoas abusam de ti. Não podes. – disse-lhe
Margarida e ele apenas encolheu os ombros.
- Eu nem consigo acreditar nisto… -
disse Marlene pensativa. – Como é que elas foram capazes? Nós podíamos ter
morrido. – concluiu dirigindo-se a Tânia e Zayn que estavam sem saber que
dizer.
- Não penses nisso agora, meu amor.
O importante é que estão aqui e nada de mal aconteceu. – disse-lhe Louis a
abraçando.
- Não aconteceu, mas podia ter acontecido. Eu
não consigo acreditar nisto. – continuou Marlene pensativa sentada no sofá com
Louis ao lado. Permanecemos em silêncio.
Aquilo era surreal. Quem é que no seu perfeito juízo faria uma coisa daquelas
para prejudicar quem ama? Ninguém. Elas estavam loucas, malucas… precisavam de ter
acompanhamento psicológico.
Perrie’s pov:
Estava desesperada.
Precisava de algo. Precisava de algo ou alguém que me ajudasse. Não poderia
perder Zayn. Não poderia. Aventurei-me pela floresta em busca de Carolina, ela
iria me ajudar. Eu iria fazer de tudo para que isso acontecesse. Nem que
tivesse de matá-la para conseguir o que queria. A raiva estava me invadindo só
de imaginar Zayn com Tânia, felizes. Essas imagens na minha cabeça estavam a
dar comigo em louca. Queria que ela desaparecesse. Nesse momento, sentia-me
capaz de matar Zayn só para que ela não ficasse com ele. Ele iria ser meu. De
uma maneira ou de outra. Nada nem ninguém me iria separar dele. NADA! Corria
por entre o arvoredo tentando alcançar a casa de Carolina quando o colar que
minha mãe me tinha oferecido antes de morrer, caiu. Caiu e foi bater à beira de
um penhasco. Pensei que o havia perdido e as lágrimas já estavam a cair pela
minha face. Aquela era a única coisa que me fazia lembrar dela e eu não podia
perdê-lo assim. Aproximei-me devagar e com cuidado quando vejo que este estava
pendurado num tronco que se encontrava suspenso na parede.
Aquilo era mesmo
alto, mas eu tinha que recuperá-lo. Inclinei-me para o apanhar, mas não estava
a conseguir e um frio passava pela minha barriga. Se me desequilibra-se era o
meu fim e ninguém me poderia ajudar, porque ninguém saberia onde estava. Tentei
me deitar sobre o chão para ver se conseguia chegar e nada. Já estava a ficar
desesperada. Tudo me estava a correr mal. De repente, vejo uma sombra ao lado
do colar, pensei estar a ver mal. Foi-se tornando mais nítida a ponto de eu
conseguir ver que era o reflexo de minha mãe.
- Perrie, anda comigo. Não tenhas
medo. Eu salvo-te. – ouvi, era a voz dela. Ela
estava ali comigo.
- Mãe? – perguntei sem me mexer.
- Sim, filha. Sou eu. Vem. Dá-me a
tua mão. – disse esticando a mão. Sem
noção do que estava a fazer, levantei-me e caminhei em direcção dela com a mão
levantada para agarrar a dela. Quando chego à beirinha do penhasco ela
desaparece.
- Mãe? Não te vejo mais. Onde estás?
– perguntei, quando oiço alguém me chamar.
- PERRIE!? – gritou. Virei-me de repente para ver quem era que
escorreguei e acabei caindo pelo penhasco. Pensei ser o meu fim, nesse momento.
Fiquei sem um pingo de sangue, mas consegui agarrar-me no tronco onde o colar
estava preso, nem sei como.
- SOCORRO. AJUDA-ME, POR FAVOR! –
gritei desesperada e a chorar.
- Meu Deus, que estavas a fazer
aqui? Calma, Perrie, eu ajudo-te. – disse Pedro vindo no meu alcance e se
ajoelhando para me ajudar a puxar para cima.
- Pedro. Ainda bem que apareceste.
Não sei que seria de mim aqui se tu não tivesses vindo. – dizia-lhe chorando.
- Calma, Perrie. Eu vou tirar-te
daí. Vai correr tudo bem. Dá-me a tua mão, meu amor. – disse Pedro começando a
chorar comigo.
Dei-lhe a mão, este tentou
puxar-me, mas não estava a conseguir. O tronco estava a ceder e já não
conseguiria aguentar por muito mais tempo o peso do meu corpo. Aquele iria ser
o meu fim. Cada vez estava mais certa disso.
Cláudia’s pov:
Nem conseguia acreditar
no que Liam nos tinha dito. Era tudo tão estranho, mas até que fazia sentido.
Mas, fogo à pala do que elas fizeram, eu sofri muito, mas muito mesmo. Como é
que elas tinham sido capazes de fazer uma coisa daquelas? Como? É preciso ter o
coração bastante frio. Estávamos todos em silêncio a digerir a situação. Eu
sentia que tinha de conversar com Liam. Precisávamos mesmo de conversar. Este
estava sentado um pouco mais afastado dos outros com o olhar fixo no chão. Dirigi-me
até junto dele.
- Posso? – Perguntei fazendo
intenção de me sentar ao seu lado. Este
levantou a cabeça e encarou-me um pouco surpreso, depois abriu um sorriso meigo
e respondeu.
- Claro. Senta-te. – Disse, eu
sentei-me e permanecemos um pouco em silêncio, até que este o interrompeu. –
Desculpa Cláudia. Desculpa por tudo… – começou Liam e eu fiquei apenas o
olhando sem dizer nada. Eu já o havia
perdoado e não o culpava por nada, mas não disse nada e deixei-o continuar…
queria ouvir o que ele me tinha a dizer. - … Sei que estou a ser egoísta ao
pedir que me desculpes, mas muitas
vezes dizemos coisas, ou até mesmo fazemos algo que magoa as pessoas de quem
gostámos... E eu sei que fiz algo que te magoou muito... Mas quero que entendas
que todos nós errámos, e somos humanos... com defeitos e qualidades... Eu gosto
muito de ti, sempre vivemos um relacionamento com muito respeito, meu amor
sempre foi visível e muito verdadeiro... Quero te pedir que compreendas o meu
erro, e reconsideres... Eu te amo... E quero ter-te sempre comigo... Dá-me mais
uma oportunidade. – Concluiu me olhando nos olhos tristemente e eu não
respondi, apenas permaneci um pouco no silêncio.
-
Liam, eu… - disse hesitando.
-
Diz… - disse desejando que eu continuasse.
-
Não é nada não. – Respondi-lhe sem coragem de continuar e este baixou a cabeça
triste. Nem percebia porque estava a
lutar contra o que sentia quando o que eu mais queria era estar e ficar com ele
para sempre.
Perrie’s pov:
-
Tira-me daqui rápido, por favor. Já não vou aguentar muito. – supliquei-lhe,
enquanto este tentava me salvar, mas não estava a conseguir.
-
Pedro, desculpa por tudo. Tu sempre estiveste lá para me ajudar e eu nunca dei
valor a isso. Estou mesmo arrependida por tudo. Promete que seja o que for que
aconteça, não te vais esquecer de mim e que me perdoas.
-
Perrie não digas isso. Não vai acontecer nada. Eu vou conseguir te tirar daí,
mas não largues a minha mão. – disse-me.
-
Pedro, promete, por favor… - disse-lhe.
-
Perrie eu já te perdoei a tanto tempo… não conseguiria ser diferente, porque o
meu amor por ti é mais forte que o meu rancor. Eu prometo tudo o que quiseres,
mas eu juro por tudo como te vou conseguir tirar daí. – respondeu-me me
emocionando. Afinal ele parecia gostar
mesmo de mim. Sem me soltar, num movimento brusco conseguiu me puxar e pouco
faltava para que o meu sofrimento acabasse. Este estava inclinado na beira do
penhasco e eu estava pendurada, agarrada apenas à sua mão. Quando finalmente consegui
alcançar o topo e subir sem ajuda, Pedro desequilibra-se e caiu pelo penhasco
abaixo.
Fiquei sem reacção… o meu mundo desabou nesse momento.
-
PEDRO!!!!!!! NNNNNNNNNNÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃOOOOOOOO. – gritei desatando a chorar
desesperadamente. Aquilo não poderia
estar a acontecer. :’(
Olá minhas princesinhas!
Está tudo bem com vocês?
Voltei! :) Não me esqueci de vocês… nunca me esqueço.
Desculpem a demora, mas a minha inspiração andava
escondida ou talvez perdida, mas acabei por encontra-la e o resultado é este…
Um capítulo acabadinho de fazer.
Espero que esteja do vosso agrado.
A história está quase, quase a chegar ao fim.
Não sei quando poderei colocar o próximo, mas
logo que possa venho cá vos dar um miminho.
Beijinhos minhas lindas. :*