Capítulo LX: Será que
acontece um milagre?
Margarida’s pov:
Após uns momentos envolta naquelas
águas cristalinas, Marlene com a nossa ajuda saiu do lago. Enquanto a
tentavamos tirar, esta recusava-se a abrir os olhos, pois estava cheia de medo
que tudo aquilo tivesse sido em vão. Louis logo tirou o casaco que tinha
prendido à sua cintura e o colocou por cima dela, pois esta estava tremendo de
frio.
- Marlene, tens de abrir os olhos.
Assim não irás saber... – disse lhe agarrando na mão.
- Sim, ela tem razão. Abre lá e
lembra-te o que quer que aconteça... nós estamos aqui amiga, sempre. –
disse-lhe Sandra se aproximando dela. Estavamos
todos à volta dela quando esta tentou abrir os olhos.
Marlene’s pov:
Sentia uma estranha sensação dentro
de mim. Era como se sentisse que nada voltaria a ser como dantes. Estava
apavorada e não queria abrir os olhos. O medo gelava por dentro, impedindo-me
de fazer qualquer movimento. Fiquei sem reacção durante um momento, enquanto
apenas perguntas sem resposta pairavam na minha mente. Mas eu tinha de
encontrar a resposta, então muito lentamente fui abrindo os meus olhos. Estava
tudo escuro, mas após um tempo tudo foi ficando mais claro. Conseguia ver umas
sombras. A visão foi ficando mais clara que já conseguia ver o rosto das minhas
amigas, fiquei muito feliz nesse momento que dei um enorme sorriso. Afinal
havia esperanças.
- Marlene, consegues nos ver? –
perguntaram-me as meninas em uníssono.
- Meninas, eu não vejo bem... vejo
tudo turvo, mas consigo ver o suficiente para vos reconhecer. – disse-lhes toda
feliz e estas correram para me abraçar.
- Oh meu Deus ainda bem. Eu sabia.
Estou tão feliz. – disse Margarida sem me soltar.
- Também eu. Muito. – disse-lhes com
um sorriso enorme.
- Olha ali o Louis estava mesmo
preocupado contigo. – disse-me Sandra.
- É verdade. Não lhe queres dizer nada? – perguntou-me
Cláudia apontando para Louis. Eu não o
via nem sabia onde este estava, mas na mesma tentei encontrá-lo.
- Louis! – chamei.
- Diz, Marlinda. Eu estou aqui,
mesmo à tua frente. Não me consegues ver? – perguntou me agarrando na mão. Eu não o via. Por mais que esforçasse os
olhos não o via. Nesse momento, tudo começou a ficar escuro novamente. A
escuridão envolveu-se nos meus olhos e a luz que ainda brilhava apagou-se definitivamente.
Foi como um flash de luz e num espaço de segundos tudo voltou a estar como
estava. Nem fui a tempo de ver o rosto de Louis. Quando percebi que a visão não
tinha voltado desatei a chorar deixando todos preocupados comigo.
- Que foi? Porque estás a chorar? –
perguntou Louis me limpando as lágrimas, mas eu não respondi.
- Marlene, que se passou? Estás nos
deixando preocupada. – disse Sandra.
- Amiga, conta por favor. Fala. – disse
Margarida.
- Eu não consigo ver. – disse-lhes
lavada em lágrimas.
- Añ!? Mas, tu viste-nos não foi? –
perguntou-me Magui confusa.
- Vi, mas... agora não consigo... eu
sabia que isto não iria resultar. – respondi-lhe e estes abraçaram-me todos.
- Como é que isso é possível? –
perguntou Cláudia.
- Sei lá. Talvez tinha um desejo
enorme de voltar a ver que imaginei que vos estava vendo. Porque é que isto tem
de ser tão difícil? Porquê? A única coisa que eu queria era voltar a ver e nem
sequer isso posso ter. Estou farta de tudo. Será que não mereço vencer pelo
menos uma coisa na vida? Será que fui feita apenas para perder? Será que
ninguém percebe que eu só queria ser feliz como todas as outras pessoas? É
assim tão difícil de compreender? Digam-me é assim tão difícil? Lago estúpido.
– disse-lhes chateada, me afastando deles, procurei uma pedra no chão e com a
raiva que estava atirei-a com toda a minha força para o lago, esta ao bater nas
suas águas fez um som que nos deixou um pouco em silêncio. Era como se aquele som me tivesse acalmado. Era como se tudo aquilo
não passasse de um enorme pesadelo e talvez fosse, mas não, era tão real,
infelizmente.
- Marlene! – disseram as meninas se
aproximando de mim, eu não respondi, pois ainda estava hipnotizada por causa
daquele som. “O que será que se passa com ela?” ouvi Margarida perguntar.
“Porque é que ela não fala agora? Será que também ficou muda?” ouvi Cláudia
perguntar. “Não sei que se passa, mas não estou a gostar nada e este lugar
dá-me arrepios” ouvi Sandra dizer. “O que será que é hoje o prato do dia no
Nando’s? Espero que seja frango, porque eu adoro frango. Ai aquelas asas são
uma delícia” ouvi Niall dizer.
- Voces podem parar de falar? Estão
me deixando mais confusa do que já estou. – disse-lhes.
- Mas, Marlene ninguém abriu a boca.
– disse-me Margarida.
- Como ninguém abriu a boca se eu
sempre vos oiço a falar? – perguntei-lhes confusa.
- Eu juro que não disse nada. –
disse-me Magui.
- Nem eu. – disseram os outros.
- Então como é que... esqueçam. Devo
estar a ficar paranóica. É melhor irmos, já tive muitas desilusões por um dia e
este lugar não me ajuda a ficar melhor. – disse-lhes e estes concordaram. Louis agarrou-me de lado, me ajudando e os
outros vieram à nossa trás, pelo menos era o que parecia.
Margarida’s pov:
Foi muito estranho o que aconteceu.
Confesso que fiquei muito confusa. Eu quase que jurava que aquilo iria
resultar, mas parece que estava enganada. Mas, então como é que funcionou
comigo? Nada fazia sentido. Enquanto os outros foram andando eu fiquei mais
para trás, pois tinha a certeza que aquele lago tinha algo de especial, então
peguei na minha garrafa e enchi-a com um pouco daquela água. Ninguém sabia se
esta poderia vir a ser útil para alguma coisa. Eu preferi prevenir do que
remediar. Fechei a garrafa, guardei-a na minha mala e fui a correr atrás deles.
Tânia’s pov:
Estava em casa preocupada e ansiosa
para saber se tudo tinha corrido bem com Marlene. Já tinha telefonado umas
quantas vezes, mas ninguém me atendia o telemóvel. Quando de repente estava na
sala e oiço a porta abrir-se. Corri rapidamente para lá.
- Então? Contem-me? O que aconteceu?
Marlene consegues ver-me? Respondam-me. – disse-lhes só de um fôlego, enquanto
estes permaneciam calados e com uma cara triste, então eu percebi que não tinha
resultado. – Amiga, não te preocupes. Um dia tudo vai voltar a ser como era.
Sabes que podes contar sempre comigo para tudo. – disse-lhe indo na sua
direcção e a abraçando.
- Como queres que não me preocupe?
Vocês não percebem que eu tinha de recuperar a visão? Porque é que as coisas
más só me acontecem a mim? – disse Marlene um pouco irritada e com os olhos
cheios de água.
- Calma, amiga. Não te podes ir
abaixo. – disse tentando acalmá-la.
- Desculpem, mas eu tenho de ir para
o meu quarto. Eu preciso pensar ou melhor esquecer isto. – disse-nos.
- Eu ajudo-te a subir. – disse-lhe
Louis a segurando pela cintura.
- Obrigado, Louis. – respondeu-lhe
Marlene forçando um sorriso. Estes
subiram até ao quarto de Marlene e nós ficamos na sala falando sobre o
sucedido.
Marlene’s pov:
Ia subindo as escadas com Louis me
ajudando, iamos em silêncio, quando aquela cena me aconteceu de novo. “Queria
tanto que me pudesses ver. Queria ver-te feliz como dantes. Se ouvesse alguma
coisa que eu pudesse fazer, nem que fosse mínima... eu faria só para te ver
sorrir!” ouvi Louis não sei como, mas ouvi e comecei a sorrir espontaneamente.
- Que foi? – perguntou-me Louis
confuso.
- Nada. Descobri agora que
sempre vai haver alguém para me mostrar que ainda vale a pena sorrir. –
respondi-lhe.
- Añ!? Estás a falar de quem? –
perguntou-me.
- Ninguém... – respondi-lhe, não
tive coragem de continuar, mas estava falando dele. Na forma como sempre me animava quando estava triste. Estava feliz
quando eu estava. Estava sempre pronto a ajudar quando precisava dele. Até
achava naquele momento que tinha andado aquele tempo todo enganada. Tinha
procurado o amor no sítio errado quando este estava tão perto. Fui pelo caminho
mais díficil quando o caminho mais fácil estava de braços abertos para me
receber, mas tinha que bater com a cabeça para perceber que não estava no rumo
certo. Chegamos ao meu quarto e sentei-me na cama.
- Obrigado, Louis. – disse-lhe.
- Não tens de quê... eu estarei lá
em baixo se precisares de algo. – disse me dando um beijo carinhoso na testa.
- Espera. – disse agarrando-o pelo
braço. – Fica aqui... comigo. Sei que disse que queria estar sozinha, mas não
quero me sentir sozinha. Podes ficar e me fazer companhia? – perguntei-lhe.
- Claro que sim. – respondeu-me e
sentou-se do meu lado me abraçando. “Faço tudo por ti!” ouvi novamente Louis.
- Isto é estranho! – disse-lhe
confusa.
- O quê? Não estou a perceber? –
perguntou-me.
- Louis, sei que isto vai parecer
rídiculo, mas eu acho que consigo ouvir os pensamentos das pessoas. –
disse-lhe.
- Añ!? Marlene, isso é impossível. –
disse-me.
- Não. É verdade. Desde que saimos
daquele lugar que consigo ouvir tudo o que vocês pensam. É estranho eu sei, mas
eu consigo. – disse-lhe convicta, mas este continuava a não acreditar.
- Marlene, deves tar a fazer
confusão ou algo do género. – disse-me.
- Não, não estou a fazer confusão e
vou provar-te. Pensa em alguma coisa que eu não saiba. Mas pensa numa coisa que
seja impossível de eu saber. – disse-lhe.
- Marlene, isto não vai resultar. –
disse-me.
- Louis, pensa e cala-te. –
disse-lhe.
- Pronto, ok. Como queiras. –
disse-me e eu consegui ouvir.
- O quê? O Pedro beijou a Tânia
contra a vontade dela? Por isso é que ela estava assim com ele. – perguntei-lhe
boquiaberta.
- Sim, mas como é que... Ela
disse-te? – disse-me Louis confuso.
- Não, juro que não. Nós nem falamos
acerca de nada hoje, tivemos sempre separadas como podes ver, aliás estive
quase o dia todo contigo... Louis, eu disse-te que conseguia, mas não sei como.
Se calhar a água era mesmo mágica, ah não sei, mas conta-me essa história da
Tânia e o Pedro direito. – disse-lhe e ficamos conversando.
Margarida’s pov:
Ficamos na sala
falando e Louis ainda não havia descido, talvez tivesse a fazer companhia a
Marlene. Era melhor assim. Se havia alguém que a pudesse animar, esse alguém
era definitivamente Louis, aliás ele anima qualquer pessoa só pelo simples
facto de ser a pessoa que é. Não por ele ser famoso, mas sim por ter a
personalidade que tem.
- E que tal se dessemos uma festa? –
perguntou Niall e nós olhamos todos para ele confusas. Tipo, eu não achava muito boa ideia, pois Marlene não estava bem. Nem
eu nem as meninas.
- Uma festa? Tu não podes estar bem.
E porque é que a iriamos fazer que eu saiba ninguém faz anos ou algo do género?
– disse-lhe.
- Então, eu sei que a Marlene não
teve sorte e fico triste por isso, mas tu recuperaste a voz e acho que isso era
motivo suficiente para uma festa. Temos de comemorar e assim era uma forma de
esquecer um pouco os problemas. Eu acho que isso era bom para a Marlene também,
assim divertia-se e ficava um pouco feliz. – explicou Niall.
- Concordo. – disse Sandra. – Nós
estamos a precisar depois de tudo o que se está a passar nestes dias. Até
podemos fazer a festa cá em casa. Perguntamos à Marlene para ver o que ela acha
e dependendo da resposta dela logo decidimos. Que dizem? – conclui Sandra
agarrada a Niall de lado.
- Por mim tudo bem. – disseram
Cláudia e Tânia em uníssono.
- Magui? Que dizes? – perguntou
Sandra.
- Ah não sei... – disse e fiquei um
pouco em silêncio. - Falamos com a
Marlene primeiro e depois vemos. – conclui deixando-os felizes e as meninas já
entusiasmadas a pensar nos promenores da festa.
Marlene’s pov:
- Eu ainda não consigo perceber como
é que tu consegues ler os pensamentos. – disse-me Louis sentado ao meu lado na
cama.
- Nem eu. Isto é tão confuso. É como
que se tivesse sido compensada. Como não recuperei a visão, consigo ouvir tudo,
mas mesmo tudo. Isto é bom e estranho ao mesmo tempo. – disse-lhe.
- Anda. – disse Louis se levantando
e me puxando com ele pelo braço.
- Para onde? – perguntei confusa.
- Temos de contar isso aos outros. Eles
têm de saber que pelo menos uma coisa boa te aconteceu. – disse-me Louis.
- Espera, Louis. – disse-lhe fazendo
força para não ir.
- O que foi? – perguntou-me.
- Eu não sei se isto é bom ou não, mas
eu prefiro guardar segredo pelo menos por enquanto. Será que podes não contar a
ninguém? – perguntei-lhe.
- Tens a certeza? – perguntou-me.
- Tenho a certeza absoluta. –
respondi-lhe.
- Então, está descansada que este será
um segredo só nosso... meu e teu. – disse-me sorrindo e me fazendo uma carícia
na face. Por momentos ficamos em silêncio
e este sempre me acariciando a face. Era estranho, pois não sabia que se
passava.
- Bem, vamos para baixo. Já estou melhor
e quero a companhia das minhas amigas, não é que não sejas boa companhia,
porque eu adoro estar contigo, mas elas são as minhas amigas e... – disse-lhe e
este interrompeu-me pondo o dedo nos meus lábios.
- Shiu. Não precisas explicar nada, eu
percebo. Vamos, eu ajudo-te a descer. – disse-me e fomos. Confesso que me assustei um pouco quando ele pôs o dedo de repente nos
meus lábios.
Cláudia’s pov:
Estavamos a
tratar de alguns promenores se por acaso ouvesse festa quando ouvimos risos.
Era Marlene e Louis que vinham na nossa direcção e estavam muito animados.
- Já vi que estás mais animada. –
disse para Marlene.
- É... O Louis sabe como animar uma
pessoa. – respondeu-me e Louis sorriu. – De que estavam a falar? –
perguntou-nos.
- Ah, Marlene temos uma coisinha
para te perguntar. – disse-lhe Sandra.
- Ai, o que vem daí. Mas contem. –
disse-nos.
- Nós estavamos a pensar e nós
sabemos que tu pronto, não aconteceu o que nós queriamos, mas a Margarida
recuperou a voz e isso é uma coisa mesmo boa... – disse-lhe Sandra.
- Vá desembuxem que me estão a
deixar curiosa. – disse-nos.
- Nós estavamos a pensar em dar uma
festa para comemorar o que aconteceu à Magui. Marlene, pensa bem antes de
dizeres já que não, porque ia-te fazer bem divertir um pouco e... – disse-lhe
Tânia e esta interrompeu-a.
- Uma festa? Parece-me bem. Estou a
precisar de me divertir. – disse-nos.
- A sério!? Oh que fixe. Então temos
de ligar ao pessoal a avisar para aparecerem cá amanhã. Bem eu ligo à
Jéssica... – disse Sandra e nós abraçamo-la todas contentes.
- Esperem! A festa vai ser cá em
casa? –perguntou-nos Marlene.
- Tem mal, Marlene? Não achas bem? –
perguntei-lhe.
- Tipo, por mim tudo bem, apenas
fiquei surpresa pois não sabia. – respondeu-me e começamos a preparar as
coisas. Que música iamos pôr, a comida,
os convidados e isso. Claro iriamos convidar a Jéssica e o resto dos rapazes,
pois ficaria mal só convidarmos alguns deles uma vez que nos davamos bem com
todos. Pelo menos antes era assim. E ainda para mais pelo que a Magui nos disse,
o Harry tinha a ajudado, pois esta estava inconsciente dentro de água e ele é
que a tirou de lá, ou melhor salvou. Só esperava era que pelo menos Liam viesse
sozinho ou sei lá, não sei se a partir daquele momento tinha coragem de olhar
para a cara dele sem me lembrar do que este me fez. É certo que ele jurou pela
mãe que não se lembrava de mim e eu sei que ele nunca iria fazer uma jura assim
se não fosse verdade, mas isso era impossível e ele estava tão mudado. Já não
era o mesmo Liam que eu tinha conhecido.
Zayn’s pov:
Depois de ver
Tânia e Pedro juntos fui em direcção de casa, não tinha mais nada para fazer
ali. Fui até ao meu quarto e deitei-me na cama a pensar no mesmo como sempre,
enquanto não descobrisse a verdade não iria desistir. Pouco tempo depois estava
dormindo sem me aperceber. Tive um sonho estranho essa tarde. Estava numa
igreja cheia de gente, mesmo no altar... Por alguma razão, estava todo
aperaltado e vestido de fato, quando começou a cerimónia. Vi as enormes portas
de madeira se abrirem, e por estas passar uma rapariga de vestido branco, com o
rosto coberto pelo véu. Não queria acreditar! Eu ia-me casar! Ela ia avançando e
a música continuava. Era a Tânia, tinha de ser, eu tinha a certeza que era ela.
E senti-me extremamente feliz por isso, como se estivessem a explodir fogos de
artificio dentro de mim.
A cerimónia continuou, e o padre ia dizendo todas
aquelas coisas que já se sabe...Tava tão concentrado em Tânia que nem ouvi nada
do que o padre havia dito. No momento em
que este terminou de falar, era a hora de eu beijar a minha linda noiva.
Virei-me para ela e comecei a levantar o seu véu lentamente. Consegui ver os
seus lábios rosados, as suas bochechas coradas e os seus olhos azuis... Espera
aí! Olhos azuis!? Mas a Tânia não tinha olhos azuis! Ela tinha olhos castanhos!
Os olhos castanhos mais profundos, que sempre faziam o meu coração acelerar. E
agora eram azuis?! Esta história está mal contada. Confuso, tirei o véu de uma
vez, e encarei a realidade... Era Perrie. Nada fazia sentido.
- Perrie? – Disse confuso. De
repente, ouvi um telemóvel a tocar. – Perrie, o teu telemóvel está a tocar.
- Não é o meu. – Respondeu, fazendo
uma cara esquisita.
- Não? Ai, é o meu! – Exclamei.
Esperava que fosse Tânia para parar com esta loucura toda. – Mas onde está este
maldito telemóvel?
Nesse momento,
senti-me como que a flutuar, tudo ficou preto, e vi-me de novo deitado na minha
cama. Havia acordado daquele sonho esquisito.
- Fogo! Já ninguém pode dormir
nesta casa! – Resmunguei. – Espera, está mesmo a tocar!
De um pulo, saltei da cama e fui
buscar o telemóvel que estava em cima da mesa. Era Tânia! Não é que eu tinha
acertado? Só espero que a história do casamento seja mentira!
Chamada on:
- Que foi? – perguntei-lhe com um
pouco de desprezo, por causa de a ter visto com Pedro.
- Passa-se alguma coisa? –
perguntou-me.
- Não, porque perguntas? –
perguntei-lhe.
- Porque nunca me falas assim, mas
deixa para lá. Eu liguei para te convidar para a festa que vai haver amanhã cá
em casa. Podes trazer quem quiseres... – Convidou-me. Parecia um pouco triste,
mas nem liguei.
- Não sei, depois vejo isso. Provavelmente Pedro iria estar lá, e a
última coisa que queria era vê-los juntos.
- Ok então! Se quiseres é só
aparecer. Xau. – Despediu-se. Ainda consegui ouvi-la dizer muito baixinho. –
Ficaria muito feliz se viesses.
Desliguei o telemóvel. Não conseguia ouvir
aquelas coisas, porque só me fazia querê-la mais! E eu já sabia que era
impossível ficarmos juntos. Fiquei a pensar em tudo o que tinha acontecido,
naquele sonho que mais parecia pesadelo, e no porquê de eu ter imaginado que
era Tânia. Eu namorava com a Perrie, porque é que pensei que ia casar com a
Tânia? E porque é que não fiquei feliz quando vi que a noiva era a Perrie?
Porque é que a Tânia estava sempre na minha cabeça? Espera, isso não é verdade.
Ela estava era no meu coração...
Jéssica’s pov:
Tinha ido dar uma volta para
espairecer. Estava tão feliz com Josh, no entanto, as minhas amigas estavam a
sofrer! Que raio de mundo! Uns com tanto, e outros com tão pouco... Sim, era
melhor pensar nestas coisas sozinha. Se estivesse com o Josh não pensava em
mais nada... Apercebi-me que estava numa zona mais isolada da cidade, onde tudo
parecia escuro. Já estava a ficar assustada, quando vi sombras ao virar da
esquina. Pensei que fossem pessoas, mas vi qualquer coisa castanha se mover
descontroladamente, e comecei a correr... Mas espera! Parecia o cabelo da
Danielle... E estava acompanhada por Taylor, Perrie e mais uma rapariga que eu
nunca tinha visto na vida. Mas o que é que estas andavam a tramar? Resolvi
espiá-las durante um bocado.
- Carol, esta coisa não está a
resultar. Eu sei que eles estão connosco agora, mas parecem cada vez mais
distantes e à medida que o tempo passa, sinto-os mais próximos delas. – disse
Perrie chateada.
- Meninas, o feitiço era para que
estes se voltassem a apaixonar por vocês não era para afastá-los delas. –
respondeu a rapariga, acho que se chamava Carol. Que conversa mais esquisita! Feitiços? Eu sempre soube que elas eram
umas bruxas, mas sempre pensei que era só do visual! Então continuei à
espreita.
-
Então como é
que eles se esqueceram delas? – Perguntou a Taylor com aquela cara de quem
precisa de um estalo.
- Isso é porque eles não podem ter
dois verdadeiros amores. Para eles gostarem de vocês, claro que tinham de se
esquecer daquelas que realmente gostam! Meninas, vocês deviam saber isso! Afinal,
eles não escolheram gostar de vocês!
- Ninguém escolhe de quem gosta, tu
devias saber isso! – Ripostou a Danielle. Realmente
tinha cabelo de rato.
- Pois, mas a vocês eles escolheram
com o cérebro, a elas, com o coração. – Explicou novamente Carol.
- Eu não quero saber, tens de fazer
alguma coisa! A começar por limpar o que o teu cão fez! Que nojento! Estes
sapatos são um exclusivo Prada! – Gritou a tábua de engomar da Taylor. Quando reparei, um cão estava ao pé dela, e
tinha acabo de fazer as suas necessidades onde não devia.
- Filipe, quantas vezes já te disse para
não marcares território nas pernas das raparigas?! – Ralhou Carol para o
cachorro.
- Filipe? Mas esse não era o rato
que estava em tua casa? – Perguntou Danielle.
- Sim, mas eu transformo-o em cão
quando venho passear... Não acham que as pessoas iam achar estranho eu passear
um rato? – Disse Carol, com cara de óbvio.
Mas que raio? Ratos? Feitiços? Cães?
Escolher com o cérebro? Elas? Mas quem são elas? E eles? Estas aqui estão mas é
loucas, não é que já não o fossem, mas agora estão a precisar de uns dias no
manicómio. Infelizmente, o meu telemóvel escolheu uma má altura para tocar.
Quando ouviram a música, as quatro olharam em minha direção.
- Meninas, acho que estamos a ser
observadas. – Disse Carol.
Eu comecei a correr antes que me
vissem, e sentei-me no banco mais próximo, atendendo a chamada.
Chamada on:
- Quem é? – Disse exaltada, recuperando o
fôlego.
- Jéssica, estás bem? Parece que
correste a maratona! – Ouvi a voz de Sandra.
- Não, aconteceu uma cena, mas
depois conto. Que aconteceu? – perguntei-lhe curiosa.
- Ok, como queiras. Olha amanhã nós
vamos dar uma festa, amanhã, cá em casa
por causa de comemorar o facto da Margarida ter recuperado a voz. Queres vir?
- convidou-me.
- Ah ok! – respondi.
- Traz o Josh! Assim vai haver mais
diversão! – riu Sandra e desligou o telemóvel.
Fiquei um pouco aflita. Agora como é
que me ia safar desta? Olhei em redor e dei de caras com Perrie a olhar para
mim.
- Estavas aqui à muito tempo? –
perguntou-me, com cara de poucos amigos.
- Eu? Acabei de chegar! Agora mesmo!
Tipo, mesmo neste momento! E estava mesmo à vossa procura! – Inventei, tentando
me desenrascar.
- À nossa procura? Para quê? – Quis
saber Taylor.
- Então... As meninas vão dar uma
festa, e eu pensei que vocês poderiam querer vir! Vai ser divertido! – Menti,
com todos os dentes que tinha, e acho que ainda mais alguns!
Olharam para
mim desconfiadas. Reparei que a Carol estava meia escondida atrás das outras.
Depois de um tempinho a pensar, Perrie resolveu falar.
- Está bem! Acho que vamos puder ir!
– consentiu.
- A mensagem já está dada, agora
tenho de ir! Há muita coisa para planear! – Escapei-me por fim. Quando ia embora, ouvi a Carol dizer: “
Continuo a achar que estávamos a ser observadas!”, mas a Taylor respondeu: “
Deve ter sido o tarado do teu cão que estava a olhar para nós com uma cara
esquisita!”. Finalmente ela tinha feito algo de jeito! Isso Taylor, ajuda-me um
bocadinho! E fui correndo para fora dali.
Na noite seguinte:
Claúdia’s pov:
Ouvi a campainha tocar, e como as
outras estavam ocupadas a arrumar as coisas, decidi ir lá eu. Queria tanto
festejar, me distrair de todas as coisas más que tinham acontecido. Respirei
fundo e preparei-me para abrir a porta e deixar entrar a diversão. Mas quando
vi quem estava ali, perdi a vontadinha toda, mas toda mesmo!
-
Olá Claúdia! – Cumprimentou-me Danielle. Se
lhe caísse um raio em cima, eu ficava tão agradecida...Quando a cumprimentei,
ouvi o barulho de um trovão.
- Parece que vai começar a chover. –
Opinou Liam.
Cumprimentei o resto do pessoal,
tendo o cuidado de não tocar em Liam. Se acontecesse o mesmo que das últimas
vezes, íamos parar os dois ao hospital. Entraram todos para a sala, sentaram-se
no sofá a conversar, beber, comer, o costume. As meninas já tinham acabado os
retoques, e estávamos todos a divertir-nos. A Tânia estava encarregue da
música, já que ela sempre tinha tido o melhor gosto em música. “DJ Caramel in
the house!!”. Infelizmente, o Zayn estava demasiado perto da Perrie. E a
Danielle também não largava o Liam, mas pronto... A história começou a ficar
mais interessante quando o Zayn foi até à mesa de mistura e começou a falar com
a Tânia. Fiquei curiosa, então decidi ouvir um bocadinho.
- Não sabia que eras DJ. – Disse
ele, espantando.
- E não sou! Elas obrigaram-me com a
desculpa de que escolho as melhores músicas, mas tenho a certeza que só se
queriam livrar disto! – Queixou-se Tânia.
- Sabes, eu gosto muito de caramelo.
– Sorriu Zayn.
- Pois eu sei... – Disse Tânia
distraída. Agora é que a fizeste bonita!
Como é que vais explicar isso!?
- Sabes? - Perguntou Zayn.
- Eu sei? Não, eu não sei nada! Eu
disse que sabia? Eu queria dizer que não sei, porque, estás a ver, eu não sei,
e como é que eu podia saber uma coisa que não sei! – Gaguejou Tânia. Olha outra que ficou embrulhada com a
lingua...
- Tem calma Tânia, eu já percebi. –
Descansou-a ele, rindo-se.
- É que sabes, tu embrulhas
demasiado a língua das raparigas. – Desculpou-se ela. Opá Tânia, estás a falar de quê?!
- O quê? Eu embrulho o quê? –
Espantou-se Zayn.
- Nada, esquece, estou a ficar
tonta. – Safou-se ela.
- Passa-se alguma coisa? – Interrompeu
Perrie. Tinha de ser, como se a festa não
tivesse bebidas suficientes, tinha de vir para aqui a pepsi.
- Não se passa nada, porquê? Parece
que se passa alguma coisa? – Perguntou Tânia.
- Sim, parece, e muita coisa! E
afinal o que é que estás a fazer aqui Zayn? – Resmungou aquela loira oxigenada.
- Vamos parar de discutir, pode ser?
Eu só queria ver os discos. – Acalmou-a Zayn.
- Discutir? Mas quem é que está a
discutir? Eu só queria saber! E para que é que querias ver os discos? Tens
muito melhores! Afinal, tu és como um DJ profissional, ela é só amadora, deixa
ela se divertir a brincar ao faz de conta. – Impertigou-se a Perrie.
A Tânia nem
respondeu. Olhou para ela, e depois começou a mexer nas músicas. Foi um
instante até começar a tocar “Cala-te da Dama Bete”
https://www.youtube.com/watch?v=0ViVtBzwy50 ) (
https://www.youtube.com/watch?v=0ViVtBzwy50 ) (
https://www.youtube.com/watch?v=S25hB1535sI ). Eu só me queria rir naquele momento! É assim mesmo Tânia, mostra a essa
impertigada com manias de boa quem manda aqui!
- Isso é para mim? – Questionou
Perrie, com aquela cara de enjoada que só mesmo ela tinha.
- Claro que não! Era a próxima na
lista! – Ironizou a Tanekas. Depois sussurrou. – Porquê, picaste-te?
- Desculpa, disseste alguma coisa?
- Eu? Eu não disse nada! Estou
calada que nem um rato.
Depois
disso, a Perrie foi-se embora. Bem feita,
sua pepsi fora de prazo.
Harry’s pov:
As bebidas tinham acabado, e como
estava cheio de sede, decidi ir à cozinha buscar algumas. Saí da sala, e quando
ia entrar na cozinha dei de caras com uma bandeja cheia de bebidas voadora, que
parecia gostar muito de mim, e que me caiu para cima.
Margarida’s pov:
-
Oh desculpa
Harry, não te vi! Sabes como é, ser baixinha é difícil! Desculpa mesmo! E agora
estás encharcado! – Gritei. Fui buscar um pano para o ajudar a secar.
- DJ MALIK IN THE HOUSE!! – Ouvi
dizerem da sala. Mas que raio! Não era a
Tânia! Mas que se lixe, tenho mais coisas em que pensar! – E agora, esta é
para as meninas! “ Don’t Cha” das Pussycat Dols!
Oh,
será que ele se lembrou de alguma coisa? Esta foi a música que a Tânia dançou
para ele! Encontrei o pano e fui ajudá-lo, mas quando me virei...
- Harry, que estás a fazer? –
Perguntei, vendo-o tirar a camisola.
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Olá minhas fofas!
Desculpem a demora, mas vocês sabem
como é, testes para aqui, trabalhos para acolá, noites de prazer... Esta última
foi a brincar, mas pronto.
Espero que gostem do capítulo, e que
se riam tanto como nós! Pois, porque a Magui ajudou-me com isto!
Este sagrado capítulo chegou ao fim,
fiquem atentas para o que vai acontecer a seguir!!
Malikisses e caramelices!